Quando ouvi o termo “sororidade” pela primeira, eu
não sabia exatamente o significado. E
nem fui logo consultando o dicionário, como normalmente faria, porque essa é
uma daquelas palavras que a gente acaba tendo noção imediata do que trata.
Mas o que é mesmo sororidade?
É aliança, irmandade, companheirismo baseados em
empatia, ética e dignidade. E sempre com o objetivo de alcançar o bem para
TODAS.
Sóror vem do latim e significa irmã. O masculino é frater e significa irmão.
Sororidade seria então o feminino de fraternidade?
Sim e não.
“Sim”, porque ela nos remete aos ideais de
reconhecimento, de empatia e de iualdade. “Não”, porque não se explica
verdadeiramente sororidade colocando-a no extremo oposto do que é fraterno.
A sororidade vai mais além. Assim como o feminismo, ela não contém em si
espaços de desigualdade e nem entende que um gênero ou sexo precisa ser
superior ao outro. Ela nos traz a
consciência de que TODAS AS PESSOAS são iguais em direitos e merecedoras das
mesmas oportunidades.
Não se trata de aliança apenas entre as
mulheres. É, sim, um espaço de
empoderamento das feminilidades, de TODAS AS PESSOAS E TODAS AS IDENTIDADES.
Nos últimos dias vimos iniciar uma forte onda de
sororidade reverberar pelas redes sociais de todo país, em razão da notícia do
estupro de uma mulher enquanto aguardava o nascimento de seu filho, em plena
sala de parto. O fato ocorreu no Rio de
Janeiro, cartão postal de nosso país. E
o estuprador é um médico anestesiologista.
A pergunta que não quer calar: no espaço cirúrgico e
em trabalho de parto, a culpa pelo estupro também vai ser atribuída à mulher ou
ao tamanho de sua roupa!? Ou finalmente
vamos admitir que algo está errado em nossas relações humanas e precisa ser
revisto urgentemente?
Cada vez mais mulheres se negam a aceitar tais
inverdades, exercitam a sororidade, se apoiam e se fortalecem. A cada diálogo franco e empático que nós
iniciamos, desconstruímos falsas verdades, como a de que abusos, estupros e
violências de gênero são provocados por roupas de menos e corpos a mostra
demais.
Cada vez mais estamos unidas. E não falo de sermos “amigas íntimas e de
infância”. Falo na percepção de que somos uma grande onda, que por muito tempo
foi impedida de fluir.
Sejamos leiais com nossos propósitos coletivos. E a
que vencer as limitações impostas e subir, não pode esquecer que o fez com a
força de muitas outras. E por isso deve sempre olhar para trás, voltar e
alavancar as demais.
Cada vez convence menos a história de que somos
competitivas e que não construímos laços de confiança. Esse “trote” mal-intencionado não para de
enfraquecer e cada vez oferece menos resistência à nossa força coletiva.
Bem-vindas todas as pessoas que acreditam na
igualdade e na liberdade de ser o que se é.
E que acreditam que viver é bem mais do que querem nos permitir ousar
pensar.
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