segunda-feira, 20 de maio de 2019

Fortaleza/CE agora tem balcão se assessoria jurídica para pessoas trans

Excelente notícia!  

Mas aproveito a oportunidade para uma crítica construtiva: a necessidade de diálogo constante dos profissionais de Comunicação com o Coletivo LGBT, para que se evitem termos incorretos, pois eles acabam deslegitimando as conquistas e desvalorizando a luta dessas pessoas por reconhecimento e reparação.

A matéria diz "pessoas trans de Fortaleza 'GANHAM' balcão de assessoria jurídica".  

Pelo nosso caminhar histórico em direção à vida digna e satisfatória que desejamos para qualquer pessoa (independente de gênero, raça, sexualidade, geração, classe, origem, entre outros marcadores que nos diferenciam), tenho certeza absoluta que não foi um 'presente' e sim uma conquista, resultado de longa luta e resilência do coletivo LGBT da cidade de Fortaleza.

Com o indispensável respeito que deve pautar todas as nossas relações sociais, trago à luz essa reflexão, para que seja repensada a expressão utilizada na chamada da matéria.

Mas senhores profissionais da Comunicação não se culpem além do necessário. Vocês foram privados de conviver com a diversidade.  É assim em qualquer curso. Infelizmente.  

É bem comum a utilização de expressões inadequadas que acabam estigmatizado os movimentos sociais. Isso ocorre bastante também na área da pessoa com deficiência, igualdade racial, pessoa idosa, criança e adolescente, entre outros.

Ao contrário do que andam falando por aí, nas universidades não somos apresentados à diversidade na mesma proporção que elas representam nossa sociedade. Negros, gays, trans, indígenas, ciganos, quilombolas, imigrantes, egressos do sistema prisional, pessoas com deficiência ainda são sub representados nesse espaço, que por questões diversas ainda seleciona mais os que são privilegiados economicamente, ou seja, os mais ajustados ao conceito de "normal".

E a falta de representatividade, do lugar de fala, acaba gerando isso: excelentes profissionais, mas privados de conviver e entender a diversidade. Isso vinha diminuindo, mas ainda faltava uma longa caminhada, que lamentavelmente vem sendo desconstruída nesse ano de 2019.

Como corrigir? Lutando pela educação inclusiva, de qualidade e para #todxs.

Somente convivendo com o diferente, sem medo de se desconstruir, é que nos fortalecemos, bem como as nossas convicções.

Se o que acreditamos e nos guia é bom, justo e certo, por que temer confrontá-lo com quem quer que seja?

A gente tem que se garantir. Né, não?

Clique aqui para ter acesso à matéria.

#RitaMendonça 
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#nãoprecisaserhomossexualprasercontraahomofobia 
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